quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"As virgens suicidas"

Eu compartilho da idéia de que as coisas só funcionam mesmo quando elas se mantêm em equilíbrio. Nada exagerado demais agrada na maioria das vezes e pecar por falta também não. Na dúvida, pese os dois lados e decida pelo meio termo que as chances de tudo dar certo são infinitamente maiores. E foi exatamente isso o que Sofia Coppola fez na sua estréia como diretora.

"As virgens suicidas" tinha tudo pra ser um filme excessivamente feminino/feminista porque foi dirigido, escrito e tem esse gênero como foco principal da trama. A própria estética das cenas já remetem à delicadeza e aos detalhes que geralmente apenas as mulheres conseguem dar conta com maior facilidade. Mas o fato é que não, o filme não se perde nesse possível exagero e sabe utilizar isso muito bem pra sustentar os argumentos da história. O resultado foi um filme curto, rápido, que não te deixa disperso e tem uma certa leveza em evidência mesmo tratando de um tema tão pesado e soturno como o suicídio; pior: o suicídio coletivo; e mais grave ainda: o suicídio nos primeiros anos da adolescência.

Eu não pretendia ter falado isso como se fosse um spoiler, porque não é. O próprio título já antecipa esse fato e eu fico tranquilo com relação a isso. Mas adianto que o filme começa com um único suicídio e termina com vários ao mesmo tempo, porém, o interessante mesmo é ver e entender o porquê disso ter acontecido, e como esse processo foi sendo desencadeado no decorrer dos acontecimentos da história. É uma narrativa que tem uma perspectiva de conto, sem começo e sem um fim delimitado, que deixa as conclusões e as respostas pra serem feitas dentro da cabeça do espectador e já vale apenas pelo cuidado e pelo tratamento dado a um tema tão polêmico e tão forte em um contexto aparentemente bem "menininha", mas que sabe mexer com todo tipo de público no ponto exato e na medida certa.

Trailer:


Nota: 7,5

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