domingo, 6 de setembro de 2009

"Arraste-me para o inferno"

Existe muito filme de terror por aí que tenta provocar medo e suspense, mas que de tão tosco, estúpido e mal feito acaba provocando o efeito oposto e provoca risos em decorrência da inconsistência do roteiro, da direção e da atuação dos profissionais envolvidos na produção. Na contramão disso, existem filmes que se encaixam em outro perfil de terror que também possuem resquícios de comédia, porém, de forma proposital, pensada e objetivada nesse fim e não acidental como o que é mais comum hoje em muitos filmes do gênero.

Eu mesmo não conhecia na prática a definição de "terrir" até assistir "Arraste-me para o inferno" - aliás, que título! -, o novo filme do diretor Sam Raimi depois de passar anos e anos se dedicando à franquia "Homem-Aranha". "Arrasta-me..." traz um terror muito peculiar que provoca risos ao invés de medo, um tanto de asco e nojo no lugar de sustos e muitas situações que de tão absurdas caberiam mais fácil em comédias pastelão se não fosse o clima sombrio e macabro presentes quase que integralmente na história.

Vale ressaltar que esse, com toda certeza, também não é um filme feito pra todos. E se você tiver o estômago fraco e se impressiona e sente nojo com facilidade, é melhor procurar outra coisa pra ver, pois esse é um filme que tem os dois pés afundados na escatologia, no grotesco, dando um passo além do limite do bom senso e do aceitável no que se refere ao uso de flúidos e substâncias corporais, assim como também do uso de larvas, lama, sacrifícios animais e coisas do gênero que testam a sua paciência e a sua capacidade de suportar cenas que não medem esforços em provocar asco e brincam o tempo todo com o nojo de quem assite.

O filme inteiro é repleto de cenas impagáveis, muito bem elaboradas e que deixa a gente querendo ver tudo novamente logo quando se chega ao fim. A cena da briga no estacionamento, por exemplo, é uma que daria pano pra muita discussão por entre risos e outros questionamentos. Afinal, como que uma pessoa sendo asfixiada e atacada por uma velha caquética e literalmente a um passo da morte consegue arquitetar um plano de contra-ataque tão rápido e tão eficiente daquele jeito?! Que tipo de pessoa já tem armada dentro do próprio depósito de quinquilharias em casa, uma bigorna suspensa por cordas pronta pra ser lançada na cabeça de alguém?! São perguntas que ficaram abertas após a exibição, mas que pra mim não necessitam mesmo de qualquer resposta. Esse não é o tipo de filme que precise de explicações e teorizações complexas e inúteis. Ele é feito pra entreter, passar o tempo. Então desligue o cérebro por pouco menos de duas horas, assista, divirta-se e seja feliz.

Nota: 6,0

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