segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"O curioso caso de Benjamin Button"

É uma completa alegoria sobre o tempo e a vida. E faz com que você reflita por horas sobre o que você fez e faz com o tempo que lhe foi dado e te questiona sobre como será tudo daqui pra frente. No final das contas, somos todos como Benjamin, e o fato de ele ter nascido velho, fazendo o percurso contrário da ordem da vida, faz apenas com que prendamos ainda mais nossa atenção no ponto central do filme que é viver e aceitar a vida de acordo com nossas possibilidades, e com essas possibilidades determinar nossas escolhas, e se elas aparentemente não nos permitirem que o desejado seja alcançado, então temos a chance de superá-las, de ir um pouco mais além, e de simplesmente tentar e ousar um pouco mais e não aceitar tudo tal como nos aparece.

E esse horizonte largo de esperança e possibilidades inúmeras representado pela vida de Benjamin é identificado nas ações de quase todos os demais personagens da história. Seja na senhora de 68 anos que consegue atravessar o canal da mancha, seja no capitão de rebocador que se torna artista, no cara simples que conhece toda a obra de Shakespeare, na mulher que se achava estéril mas que finalmente consegue gerar um filho ou no pai que ainda espera o retorno do filho vivo, porém, já morto pela guerra.

Quando vemos um filme, cada um experimenta os acontecimentos da sua forma, mas, se você quer saber, vejo a questão do relógio que funciona em sentido contrário, tal qual o relógio biológico de Benjamin, como um representante da brevidade da vida, que o tempo é pouco, curto e já começa a se findar desde o momento em que nascemos. Pontanto não o desperdice, não o use como justificativa para explicar os seus medos e adiar o que ainda pode ser feito. Não existe ações ou atitudes adequadas pra cada fase da vida, ela é uma só e sempre é tempo para se fazer o que se deseja. Tudo se resume em entender isso e pôr em prática a lógica de tomar nas mãos as rédeas da própria vida e não desperdiçar nenhum segundo disso.

O interessante é que o filme leva duas horas e quarenta minutos de projeção pra defender essa idéia, mas em hora alguma ele demonstra ser chato ou cansativo. Pelo contrário, é apenas pura aparência, e aí a brevidade surge então mais uma última vez, mostrando que o tempo pode causar malefícios sobre quase tudo, menos em quem sabe usá-lo a seu favor e fazer bom uso dele.

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